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A carioca Priscila Fonseca, 45 anos, vive há 29 no Rio Vermelho e trabalhou a vida toda como empregada doméstica. Ano passado, resolveu empreender e comprou uma padaria com o marido, Marco Antonio Fonseca.
O casal é um dos exemplos, Brasil afora, de pequenos empresários que aderiram ao Programa Acredita, do governo federal e, dessa forma, conseguiu acessar uma linha de crédito que tem o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) como garantidor, por meio do Fampe (Fundo de Aval para a Micro e Pequena Empresa).
De janeiro a maio deste ano, o fundo possibilitou o empréstimo de R$ 1 bilhão a pequenos empresários, volume 140% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Os empréstimos demandados por pequenos negócios de Santa Catarina correspondem a 10% do total, ou seja, R$ 100 milhões.
Segundo Priscila, a padaria existe há 18 anos e ela e o marido assumiram a operação há um ano. “Difícil nos primeiros meses, porque caímos de para-quedas e temos 11 funcionários, mas não cruzamos os braços e buscamos soluções. Procurei o Sicoob, conheci a linha de crédito e optamos por pegar. Veio em boa hora”, disse Priscila.
Já Marco Antonio Fonseca era segurança da padaria há 17 anos e, quando os antigos donos resolveram repassar o comércio, fizeram a proposta para Marco Antonio, que recusou de início. Foi então que o casal vendeu o carro e, com o dinheiro, comprou o negócio para empreender. “Chegamos na cara e na coragem, pedi as contas, ficamos zerados, mas com garra e força de vontade, estamos conseguindo”, declarou Priscila.
Presidente do Sebrae nacional, Décio Lima considera o Acredita um marco na vida dos micro e pequenos empreendedores. “É um acontecimento que expressa o sucesso daquilo que faltava para eles: acesso a crédito. É um setor que representa 95% das empresas do país e 88% deles não conseguem crédito nos bancos, porque não têm aval e calção. Isso por si só mostra o sucesso da maior carteira de crédito construída no Brasil para o micro e pequeno empreendedor”, comentou Lima.
Conforme o presidente do Sebrae, a carteira de crédito tem potencial de oferecer R$ 30 bilhões em crédito para o setor. “A Priscila e o Marcos, por exemplo, acabaram de acessar R$ 25 mil, e estão modificando o negócio com aquilo que é importante para qualificar e dar longevidade ao negócio”, destacou Lima.
Dentre as melhorias, o casal investiu em pintura e renovação dos uniformes da equipe. Gerente de pessoa jurídica do Sicoob, Eliane Cristine Fragoso atendeu Priscila na cooperativa e apresentou a possibilidade de crédito pelo programa do governo federal, com fundo de apoio do Sebrae. “Ela demonstrou interesse de ampliar a panificadora, repaginar, ela se encaixava no Fampe, tinha capacidade de pagamento, eu ofereci, foi aprovado o crédito e liberamos o valor”, explicou. Segundo Eliane, a maioria dos empreendedores com o perfil de Priscila tem dificuldade para acessar crédito ou só consegue depois de muito tempo.
Diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca destacou a ampliação da capacidade de garantia, pois o Sebrae aportou mais recursos no fundo garantidor e o crédito assistido. “Estamos à disposição do empreendedor para dar toda assistência técnica, desde elaboração do projeto até a avaliação da necessidade do crédito e onde deve ser aplicado para trazer o melhor resultado ao empreendimento”, destacou o diretor.
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