Com o objetivo de conectar produtores orgânicos a potenciais compradores e gerar negócios, o Sebrae participa da 18ª edição da BioBrazil Fair, que começou na última quarta-feira, 12/06, na capital paulista, e vai até este sábado, 15/06.
No amplo e bem situado estande, 14 micro e pequenas empresas de 11 Estados do país, selecionados com apoio das unidades regionais do Sebrae, exibem itens como café, azeite, banana passa, erva mate e biscoitos, entre outros, todos com certificação orgânica.
“A participação aqui está sendo certeira”, celebrava Nara Victor de Oliveira, diretora da Fumel, empresa nascida em Cachoeiras de Macacu (RJ), em 1989, focada na produção e distribuição de doces feitos 100% à base de banana d’água, sem adição de açúcar, adoçantes, conservantes ou aromatizantes.
Interessada em abrir novos mercados, a executiva se mostrava animada com a possibilidade de fechar negócio com lojistas de São Paulo, Brasília e Ceará, atraídos pelo potencial de venda das saborosas bananadas, banana passa e balinhas de banana da Fumel, nos respectivos mercados.
Outra que também se mostrava empolgada com as parcerias comerciais viabilizadas pela presença no evento era Luciana Capobianco: “Acho que fechei aqui nosso primeiro contrato de exportação”.
Sócia e diretora de marketing do premiado café Lobo do Serrote, produzido em Socorro (SP), na região da Serra da Mantiqueira, ela credita à Indicação Geográfica (IG) o grande trunfo da marca. “O selo de origem fortalece toda a cadeia produtiva e isso muda, positivamente, a relação de concorrência.”
Para Luiz Rebelatto, analista da Unidade de Competitividade do Sebrae, selos de Indicação Geográfica, certificação orgânica e embalagens criativas são investimentos que auxiliam na agregação de valor, assim como a diversificação do produto.
Pequenos produtores ganham representatividade por meio do selo de Indicação Geográfica e/ou Denominação de Origem.
Luiz Rebelatto, analista da Unidade de Competitividade do Sebrae
Exemplo bem-sucedido é a Associação dos Amigos da Erva Mate de São Mateus, que engloba seis municípios no Sul do Paraná, considerada como a melhor região para o cultivo de erva mate, dadas as condições climáticas ideais. Convidados pelo Sebrae a participar da feira, o coletivo lançou novos produtos à base de mate, mostrando que seu uso não está restrito à cuia de chimarrão e pode ir muito bem no uso culinário, além do preparo de chás.
Rebelatto pondera, porém, que “produtos diferenciados devem buscar mercados diferenciados”. Daí a importância de apostar em embalagens criativas que comuniquem a essência do que está sendo comercializado.
Foi o que fizeram as sócias Maíra Welerson e Ana Lúcia Lima. Há 3 anos, elas fundaram em Vitória (ES) a Crilancha, fábrica de biscoitos de polvilho veganos voltada para o público infantil. “Nosso objetivo é levar nutrição e aproximar a criança da agricultura familiar. Queremos despertá-las para esse movimento, começando pela embalagem”, afirma Maíra.
De olho em novos pontos de venda, na BioBrazil conquistaram o interesse dos principais supermercados do Rio e de São Paulo. O desafio que permanece, segundo ela, é esclarecer o consumidor sobre a razão dos custos mais elevados e respeitar o produtor, com pagamentos justos. “Agricultura orgânica ainda não tem escala.”
Do Brasil à Mesa
A plataforma ‘Do Brasil à Mesa – produtos de origem’, que reúne uma gama de produtos artesanais típicos e tradicionais, conectando compradores e fornecedores, foi apresentada pelo analista Luiz Rebelatto, durante palestra na BioBrazil.
Segundo ele, de um total de 800 itens catalogados, 110 são orgânicos.
A agroecologia e a produção orgânica podem contribuir de forma significativa contra o impacto das chuvas mais intensas, como recentemente ocorreu no Rio Grande do Sul, além de diversos outros benefícios.
A iniciativa é uma vitrine virtual, mas não é um e-commerce. Os produtos listados passam por uma curadoria especializada. Interessados podem se cadastrar aqui.
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