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Presidente defendeu investimentos em programas sociais e cobrou ‘contrapartida’ de empresários por desoneração
O presidente Lula (PT) indicou a jornalistas nesta quarta-feira 26 que o governo ainda tenta identificar “excessos” para realizar cortes nos gastos públicos, mas disse não ser justo que a conta seja paga pela parcela mais pobre da população. Ele também voltou a criticar a desoneração da folha de pagamentos e defendeu investimentos em programas sociais.
As declarações foram concedidas após a cerimônia de apresentação dos novos modelos de ônibus escolares que serão usados no programa Caminho da Escola, em Brasília.
“Não podemos gastar dinheiro à toa. Estamos vendo onde teve excessos. Nós temos que gastar dinheiro certo, aplicar nas coisas corretas e a gente não pode gastar o que a gente não tem”, afirmou Lula. “Na hora que dá um aperto qualquer fala ‘ah, é o salário mínimo, é o aposentado, é o pescador’. Isso a gente não vai permitir”.
Mais adiante, o petista voltou a criticar a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia e reivindicou uma contrapartida de empresários com a “estabilidade no emprego”.
“Em uma semana se aprova a desoneração, e depois querem jogar [o custo] em cima dos pobres. Não faz sentido. Não sou contra desoneração, mas minha consideração é a contrapartida”, pontuou. “O empresário tem que garantir emprego e não só buscar lucro”.
O governo Lula chegou a editar uma medida provisória para compensar as perdas de arrecadação com a desoneração, mas o texto foi alvo de críticas e acabou devolvida pela presidência do Congresso Nacional.
Cálculos iniciais do Ministério da Fazenda indicam que continuidade da política de desoneração da folha custará 26,3 bilhões de reais em 2024, sendo 15,8 bi em relação às empresas e 10,5 bi para os municípios.
Nesta quarta-feira, líderes governistas afirmaram ter chegado a um consenso com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e definido algumas medidas para contrabalancear os cofres públicos. São elas:
A expectativa é que o arranjo seja apresentado à pasta chefiada por Fernando Haddad (PT) nos próximos dias. O próximo passo nesta discussão é definir os detalhes de como as medidas serão aprovadas pelo Congresso e tentar votá-las antes do recesso parlamentar, previsto para ter início em 17 de julho.
Wendal Carmo
Repórter do site de CartaCapital
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