Saúde auditiva, IA e negócios: Um case do Tecnova 2 em Alagoas | Governo do Estado de Alagoas | Website Oficial – Governo do Estado de Alagoas

16 de abril de 2024

Portal Oficial do Governo do Estado de Alagoas
CEO Pedro Menezes, da Apololabs, desenvolveu uma tecnologia pioneira poderá revolucionar áo cenário médico nacional
João Monteiro / Ascom Fapeal
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) continua apoiando projetos de inovação para a saúde, em conjunto com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Um case de sucesso é o da Apololabs. A startup, liderada pelo CEO Pedro Menezes, desenvolveu uma tecnologia pioneira que pretende revolucionar a acessibilidade e precisão dos exames auditivos, impactando não apenas Alagoas, mas também o cenário médico nacional.
 
O início da proposta surgiu ainda no doutorado de Pedro Menezes, entre 2004 e 2008, quando o pesquisador fez um equipamento de medições, com eletrodos que eram conectados à cabeça para emitir sons e captar a eletricidade causada pelo sistema nervoso central. Naquele período, não existia nenhum fabricante deste dispositivo no Brasil, e os preços para adquirir do exterior eram altos, custando, no mínimo, R$ 150 mil.

 
Tendo essa situação em vista, o professor universitário articulou uma solução: desenvolver o equipamento como empresa, para poder começar a distribuir. Só que existia um problema financeiro significativo: eram necessários outros materiais para calibrar o dispositivo, e eles também apresentavam custos elevados.
 
Para colocar sua ideia em prática o professor pensou: “primeiro, vou comprar os equipamentos de calibrar, porque eu já coloco o protótipo para funcionar, e depois negocio com alguma indústria, porque não vou ter pernas com a startup para fazer isso sozinho. No início, a empresa era só de calibração, e aí veio a pandemia, mas, ao mesmo tempo, tudo que eu desenvolvia queria que se tornasse eficaz, para que a pessoa lá na ponta, o usuário, pudesse se beneficiar de alguma maneira”, frisou ele, que é doutor em Física, aplicada à Medicina e à Biologia.
 
O objetivo do estudioso era que o paciente pudesse ter acesso a exames mais baratos, pois uma vez que se começasse a comercializar um equipamento acessível, o valor para a realização do procedimento iria ser reduzido.
 
“Em Alagoas, existe um potencial grande na área, porque existem apenas dois lugares que realizam este tipo de exame, afinal, trata-se de uma técnica bastante complexa”, diz o especialista, reforçando, que mesmo o profissional que sai formado da universidade, seja otorrinolaringologista, fonoaudiólogo ou neurologista, não tem a carga teórica ou prática suficiente para começar a realizar o procedimento.
 
Desenvolvimento e disponibilidade da ferramenta
 
Foi com a ajuda do programa da Fapeal que Pedro Menezes conseguiu criar um Produto Mínimo Viável (MVP), capaz de ser testado e validado. Com a evolução dos trabalhos, atualmente, o dispositivo se encontra na fase final de testes, funcionando e fechado para operar em algumas universidades, sendo quatro já assinadas e uma ainda em processo, que é a Universidade de São Paulo (USP). Estudantes da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) – onde o professor atua – e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) já começaram a usufruir da plataforma, entretanto, a expectativa é de que mais discentes de outras instituições iniciem o uso para validá-lo e assim colocar o software no mercado.
 
O aluno será capaz de abrir o aplicativo para estudar onde quiser e usá-lo até em casa. O app monta os experimentos, faz exames, permite o treinamento em qualquer local e ainda conta com a possiblidade de condições adversas, com muito ruído, rede elétrica ruim e aterramento inadequado. O intuito é que os discentes tenham um contato prático superior, a fim de estarem prontos até para marcar as ondas sonoras, o que também não é uma tarefa fácil.
 
A ideia é que o estudante possa aprender no processo junto com a IA, porque simular o exame é importante para o aprendizado, mas compreender junto com a ferramenta como marcar as ondas é uma evolução que proporciona o entendimento de todo o processo, desde sugestões de marcação até posicionamentos sobre diagnósticos.
 
“O apoio dado ao nosso projeto possibilitou a startup ser aprovada num programa que é três vezes o valor do Tecnova, para que agora a gente continue o projeto, e que ele não só simule como também faça análises com a Inteligência Artificial (IA)”, abordou o pesquisador.
 
Desafios e apoio da Fapeal
 
“Eu não tinha a menor noção de negócio. Eu sabia o que eu queria fazer e o que podia conseguir, mas não tinha menor consciência do que executar para aquilo virar um produto, e a Fapeal, junto à Finep, e também com a colaboração do Mentoring Team, foram fundamentais. O Mentoring foi essencial, porque lá encontrei pessoas especializadas em cada etapa do processo, que me ajudaram no desenvolvimento do produto”, citou o professor.
 
“O Tecnova permitiu, por exemplo, que eu, um professor universitário, me aproximasse da conversão da ideia num benefício social. Isso por si só é uma maravilha, e esses exemplos vão estimular outros pesquisadores para a gente começar a alavancar esse contexto, essencial para que a tecnologia chegue de fato para o alagoano e para o Brasil, e com o suporte da universidade”, frisou o empreendedor. 

Vinculada à Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação, a Fapeal é co-executora dos programas Tecnova 2 AL e Mentoring Team.

source

Você está lendo:

Saúde auditiva, IA e negócios: Um case do Tecnova 2 em Alagoas | Governo do Estado de Alagoas | Website Oficial – Governo do Estado de Alagoas

Facebook
Twitter
LinkedIn
Posso ajudar?
1