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Presidente argentino afirma que quando BC do país estiver “saneado”, enviará lei para criminalizar emissão
Luciana Taddeoda CNN
Buenos Aires
O presidente da Argentina Javier Milei disse nesta sexta-feira (21) que seu governo irá preparar uma lei para transformar a emissão monetária em crime contra a humanidade, com pena de prisão para o presidente do país, para o ministro da Economia e para toda a liderança do Banco Central.
“Vamos enviar uma lei na qual emitir dinheiro seja um crime e que esse crime seja contra a humanidade. E se emitir dinheiro, vão ser presos o presidente da nação, o ministro da Economia, o presidente do Banco Central, toda a diretoria e deputados e senadores que aprovem essas medidas”, disse o presidente argentino.
Segundo ele, a medida será tomada após o Banco Central da Argentina ser “totalmente saneado”.
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As palavras foram ditas durante um discurso na sede da Comunidade de Madri em que Milei advertiu contra “os riscos” do socialismo e afirmou que “a única causa da inflação é a emissão de dinheiro”, já que o excesso de oferta gera a perda de poder aquisitivo da moeda e o aumento dos preços.
“Como será um crime contra a humanidade, automaticamente se chegar outro governo e mudar essas leis, sempre algum liberal vai voltar [ao poder] e colocá-los na prisão”, alegou, confirmando a intenção de criminalizar a emissão, como já tinha mencionado em seu discurso de abertura do ano legislativo, em março.
O presidente argentino afirmou que, desde o início do seu mandato, cortou o financiamento do Tesouro, a emissão para o setor fiscal, “esterilizou” a compra de moeda estrangeira e que o país está “a caminho de uma situação de emissão zero para terminar definitivamente com a inflação”.
Em maio, a Argentina registrou 4,2% de inflação mensal, menos da metade do índice do mês anterior e a cifra mais baixa desde janeiro de 2022. Este foi o quinto mês seguido de diminuição do índice, que chegou ao seu ápice em dezembro, primeiro mês do mandato de Milei, com 25,5%.
A desaceleração acontece sobre níveis elevados de preços e uma forte queda do poder de compra da população. Em março, a atividade econômica registrou o quinto mês seguido de retração, com uma queda de 8,4% em relação a fevereiro.
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